quinta-feira, 11 de junho de 2009

Paradoxo

Fuçando o baú das metalinguagens
Me vi buscando verbetes, palavras, termos e significados
Dicionário nenhum me servia Lembrança qualquer me surgia

Continuei remexendo a gramática dos versos
Procurando em cada semântica um sucesso
Qual nada! Fracasso e retrocesso!

Corri, gritei, simpatia rezei
Pulei, xinguei, urrei e cansei
Li, reli, refiz, e li... e fiz de novo
Li, reli, amassei, reli, rasguei... tudo outra vez!

A saga do poeta é em busca do irretocável verso
Da construção ideal, que se encaixa com precisão e suavidade dentro do poema
Dentro do ritmo, dentro da rima, dentro da idéia e do sentimento do homem

A tristeza de qualquer poeta é a mesma alegria
É a busca eterna e incessante de escrever o inexpressível

É o que o move cotidianamente
É o que o paralisa continuamente
É o que faz o poeta querer viver
E o que o leva a um desespero de morte em vida

Triste saga cumpre o poeta em busca da felicidade,
(tão inalcançável quanto indesejável)
Eterna saga

Um comentário:

  1. Tive que parar meu comentario, pois já o fazia outra vez em versos (rsrsrs).

    A poesia é a felicidade e a tristeza do Poeta. O gozo e a lágrima da sua vida. Pois sua busca kármica se concretiza nas reticências finais de um poema (acredito que a poesia não tem ponto final, sim reticências) e você goza. Você goza! E no cume do gozo, o vazio, o choro a realidade da incompletude te avassala. E o poeta caí e recaí no seu eterno retorno.

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