quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Pra você

Eu não sei escrever versos pra você
Minha poesia sempre se alimentou de paixões
Intimidade, cumplicidade
Às favas com a moral!
Compus desejos em estrofes
Ansiei viver todo o lirismo
Mil vezes.
Fazia versos por carinho,
Como homenagem...
Até por saudade
Expandia-me em poesia quando a intensidade extrapolava meus sentidos
Desenhava expectros multicores em prosa
Rimava fluidos e fluxos inebriantes
Já escrevi sobre delicadezas também...
Mas pra você, não sei escrever
Talvez seja hora de parar de tentar.

sábado, 24 de setembro de 2016

Às vezes

Felicidade às vezes é desse jeito
Delicada e amiúde
Em tom de segredo
Assim leve
Meio distraída

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Sobre nuvens

Olhei pra baixo
E só vi névoa
Talvez você quisesse se perder em meio à neblina...
(também tive vontade de me misturar às nuvens)
Perdi você ali.

Olhei de novo
Não lhe vi
Mas desta vez achei o mundo magnífico
O mundo... ele é muito maior do que os nossos sentimentos.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Ausência

Eu não sou constante
Sou movida por ansiedades,
esse motor de vontades
que ignora o tempo,
o caminho a percorrer
e outras inconveniências

Eu sou instante
Então nossos versos permanecem em suspenso.

Qualquer dia os concretizamos
Ou os contemplamos na ausência,
que ela também é poesia

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Convulsões


Convulsões se espalham pelo mundo e latejam em meu corpo
Aleatórias e intensas, impõem sua presença caótica sobre a serenidade dos dias
Arrebatam a tranquilidade dos homens, sequestram a CLT
Solapam regras e sentidos, abrindo espaço para o imponderável
O intolerável, o absurdo
O clímax

Rumo, prosa, rima, prumo, tudo em desordem
O caos é a nova ordem
Vilezas são virtudes, despautérios são coragem
Resistência

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Querência













Hoje eu quero correr infernos
espalhar indecências
explodir meu corpo contra a boçalidade dos dias
Exprimir toda a sordidez da natureza humana
e encontrar meus demônios (todos!)

Hoje quero degradar a moral, a saúde e os versos
extravasar o indizível
arrebentar certezas nas contradições cotidianas
explodir... (mil vezes)

Hoje eu quero ser livre.

segunda-feira, 14 de março de 2016

COURAÇA

Quando lasca a chibata
no fundo da alma
e o couro corta
o sangue e as lágrimas vertem
desfecho inevitável

Mas não se afobe tão cedo
o fim não chegou (não é tempo de rendição)
as feridas se cicatrizam,
as lágrimas secam
e endurecem a couraça por onde correram

terça-feira, 1 de março de 2016

Poluentes

Paixões não vividas
produzem gás carbônico na alma.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Precipitação

Eu me precipito
Condenso
Viro chuva e caio fria sobre os dias
Despenco de alturas absurdas (curto a queda)
Explodo sobre o concreto
Respingo gotículas de intensidade
Que logo evaporam... novo ciclo

In-ten-si-da-de

.