terça-feira, 30 de março de 2010

Egoísmo


Não escrevo para a vastidão do mundo
Para a universalidade das coisas
Para o sentimento do homem...
É tudo mentira!

Escrevo para mim mesma
Para a mesquinhez do que sinto
Para a mediocridade do que penso
Para meu sentimento mais egoísta e vil

Escrevo para desabafar
O que nunca foi abafado
Pata libertar
O que nunca foi realmente preso

Escrevo para me expandir,
me espalhar em verso e ritmo
sobre tudo o que abomino
tudo o que admiro
tudo uma coisa só

Escrevo para me achar no mundo
e me perder em mim mesma
Para procurar o mundo
e me perder de mim

Escrevo porque sou... é só

segunda-feira, 8 de março de 2010

Sangue, vísceras e cartilagem

















Não tenho gosto refinado
Das coisas suaves e amenas
Com toques e pitadas pequenas
De absoluta futilidade

Tenho, antes, sabor intenso
E um gosto quase depravado
Imoral, chulo,
Violento e desumanizado

Tenho gosto pelas entranhas,
por coisas estranhas...
Sangue, vísceras e cartilagem
Meu reino por tua língua!
Tua língua em minha malandragem

Tenho gosto pelo teu gosto
ácido, doce e salgado
Tenho o rosto sobre teu rosto
teu sorriso, teu semblante cansado

Desaba sobre mim
Inteiro, franco e amado
Expõe ao mundo
Conta à vida
Avisa a todos
Que não se nega o meu chamado