quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Barbas da sensibilidade

Lateralmente me aprofundo na verticalidade do seu sentimento-abismo
Ouço seu grito desesperado perdido em meio à essência das coisas
E subitamente percebo o vermelho da sua imagem a pisotear virtudes e conselhos

Em um movimento brusco e delicado,
Subo às cordas da razão e sacudo as barbas da sensibilidade
Enquanto continua dedicado a massacrar moralidade e decência
Vitimando irremediavelmente toda a hipocrisia
E conferindo ao mundo mais liberdade

Emancipada e plena, sigo em busca do indivíduo que me tornei
Atropelando toda a vulgaridade que o mundo valoriza e deifica
Abandonando tudo aquilo que me lembra quem eu não quero ser mais
Tudo o que me faz pálida e cinza

Ao seu lado, assumo minha condição mais selvagem
E primitivamente aguço olhar, olfato e visão
Enquanto me ensina e aprende a revoltar o mundo e a si mesmo
Encontro a humanidade que não conhecia e da qual tanta saudade sentia

Ao seu lado, tenho instintos, sangue e vísceras
Tenho medo da morte e nenhuma certeza na vida
Perco razão, valores e sobretudo a moral.
E de repente percebo que nunca fui tão humana...!

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