Sinto saudade da minha poesia...
Eram tempos de incerteza
Angústia, decadência e dúvidas
Eram tempos de poesia
Uma paixão desmedida e descabida
sem futuro, passado ou importância
Das que não alimentam sonhos
que não se traduzem em rotina
Uma paixão quase sem paixão
Porque cética, amoral e pontualmente carnal
Tão intensa quanto inóspita
desconexa da vida e das coisas do mundo
Sem momentos românticos ou dramáticos
sem palavras leais ou furiosas
Apenas minha mais íntima poesia
sórdida, autêntica, densa e loquaz
Sinto saudade da minha poesia
da sua cumplicidade decadente com o mundo
me apresentando inteira e despida
à minha própria condição humana
Sinto saudade
da paixão da minha poesia
Realismo nato!
ResponderExcluirBeijos!
Carol Sakurá
Eu digo, visceral
ResponderExcluirvisceral visceral
Continua tua escrita...