sábado, 2 de janeiro de 2010

Sobre a carcaça da humanidade


Avançavam violentamente
sobre a carcaça podre

Uns para algum tipo de ritual
não muito racional, porém solene
Outros para lhe comer a carne putrefata
A fim de alimentar sua própria vileza
e todo o seu desespero




Lutavam primitivamente
Arrancando mutuamente sangue, vísceras
e cartilagem
Constatando a fragilidade da vida na morte
Banalizando uma e outra



Comiam-se como quem ama
Matavam-se como quem come
Odiavam-se com poesia...
e muita frieza

Encontravam-se destituídos de todo e qualquer sentimento
Solidariedade, amor, compaixão... ódio
Nem um ódio visceral!
Eram apenas necessidade e instinto




Estavam absolutamente desumanizados...
E nunca foram tão humanos!

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