Sinto os dias como engrenagens carcomidas
Que rangem descompassadas gritando a insignificância da vida
Meus pensamentos desesperados criam enorme tumulto em minha cabeça
enquanto minha poesia aparece como o sorriso do gato de Alice,
sempre por ali... sempre ciente de tudo.
As engrenagens se desencaixam e rompem as veias do meu cérebro
Em um derrame inebriante assisto ao baile das multidões
que destroem o mundo freneticamente,
um vício doentio e insuperável
Como uma música que perdeu a melodia,
ouço os gritos desesperados emitidos pela lucidez dos dias.
Ignoro-os.
Em meio ao balé alucinado,
percebo uma nuvem com formato de caos...
quem se importa¿
Detalhes são chatos.
E então todo o vermelho do mundo despenca sobre meu teto
Estrondos de vermelho, escombros de teto
Mania de cinza
Tudo se acalma cinza...
E aí já posso voltar à vida... mais cinza do que nunca...!
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